NOTÍCIAS
Registre-se! 2024: população indígena e pessoas privadas de liberdade serão priorizadas
08 DE FEVEREIRO DE 2024
Já tem data para acontecer a segunda edição da Semana Nacional de Registro Civil: “Registre-se!”. O programa de acesso a documentos básicos civis ocorrerá entre os dias 13 e 17 de maio, em todo o país. As ações seguirão voltadas ao público mais vulnerável, este ano, com especial destaque para a população indígena e para as pessoas privadas de liberdade, com especial destaque para os que estão próximos a deixar a prisão, os pré-egressos. O foco principal do projeto é a emissão da segunda via da Certidão de Nascimento.
A Corregedoria Nacional de Justiça, idealizadora do projeto, definiu as ações para 2024 em reunião presidida pela conselheira Daniela Madeira e que contou com representantes do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), das corregedorias estaduais, da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), do Ministério dos Povos Indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A Semana Nacional tem o objetivo de erradicar o sub-registro civil de nascimento no país e ampliar o acesso à documentação civil básica aos brasileiros, em especial, da população considerada em estado de vulnerabilidade. O Provimento n. 140/2023, que estabeleceu o Programa de Enfrentamento ao Sub-registro Civil e de Ampliação ao Acesso à Documentação Básica por Pessoas Vulneráveis, instituiu a Semana Nacional do Registro Civil, que deve ser realizada anualmente.
No ano passado, o projeto atendeu mais de 100 mil brasileiros em situação de vulnerabilidade, solucionando pendências referentes ao registro civil, assegurando cidadania a milhares de pessoas. A coordenadora-geral de Promoção dos Direitos Sociais da FUNAI, Andrea Prado, adiantou que, dentro de seus recursos e capacidades, a instituição estará à disposição das corregedorias locais para dar suporte em termos de contatos e logísticas em relação aos povos originários. “Para nós, o Registre-se! é uma prioridade”, afirmou a gestora.
População indígena
A juíza auxiliar da Corregedoria Nacional Liz Rezende de Andrade ressaltou que as corregedorias estaduais já podem entrar em contato com os representantes regionais da Funai, para iniciar o trabalho de articulação e, na medida do possível, elegerem o maior número de comunidades indígenas para atendimento pelo projeto. Ela também confirmou o apoio do Ministério de Povos Indígenas e da FUNAI, cujos representantes estavam presentes na reunião.
“É uma população que demanda protocolos de acesso aos territórios, algumas necessitam de tradutores e de autorização para ingresso, por exemplo. Essas questões precisam estar alinhadas previamente com a Funai, explicou Liz. Em Goiás quatro comunidades indígenas serão beneficiadas com o Registre-se.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2016, o Brasil tem cerca de 3 milhões de pessoas sem documentos. Idealizado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, o projeto uniu a experiência dos tribunais de Justiça e dos tribunais regionais federais para assegurar a emissão de documentos civis em uma grande ação, permitindo atenção plena à questão. A primeira edição do projeto Registre-se ocorreu entre os dias 8 e 12 de maio de 2023, quando foram emitidas mais de 14 mil certidões de nascimento e casamento em todo o país.
Pessoas privadas de liberdade e egressos
A juíza auxiliar da Corregedoria Nacional Carolina Ranzolin ressaltou a importância de abrir as portas da cidadania para as pessoas privadas de liberdade através da identificação civil, que inicia com a busca da certidão de nascimento através da CRC-Jud – Central de Informações do Registro Civil voltada à utilização do Poder Judiciário, que possui integração com os processos que tramitam no Sistema Eletrônico de Execução Unificado – SEEU, já com um fluxo definido e consolidado junto às Varas de Execução Penal.
Para o público pré-egresso do sistema carcerário, as corregedorias locais deverão buscar os protocolos já desenvolvidos pelo DMF por meio do programa Fazendo Justiça. A ação vem distribuindo equipamentos biométricos para identificação civil dessas pessoas, inicialmente, por meio das audiências de custódia, seguindo diretrizes da Resolução CNJ nº 306/2019.
Coordenador do DMF, o juiz Luís Lanfredi destacou que o Conselho adquiriu tecnologia biométrica digital e facial ainda em 2021 e que esses equipamentos visam justamente facilitar a identificação das mais de 600 mil pessoas custodiadas pelo Estado brasileiro. No caso do Registre-se!, a ideia é dar prioridade às pessoas privadas de liberdade que estiverem a 180 dias (6 meses) de deixar o ambiente prisional.
Acesse o Relatório da Semana Nacional de Registro Civil: Registre-se! 2023
Logística de atendimento
Representante dos registradores civis, o presidente da Arpen, Gustavo Fiscarelli, apontou para o isolamento dessas populações indígenas e egressas como um desafio a mais na execução do trabalho. Ele ponderou que o carregamento desses documentos de maneira eletrônica poderia ser uma opção mais segura para a população vulnerável, “que perde o documento físico com muita facilidade”.
Experiência baiana
Somente na Bahia, em 2023, mais de 7,5 mil atendimentos foram prestados pelas unidades de Registro Civil de Pessoas Naturais e secretarias de Ação Social durante a 1ª Semana Nacional de Registro Civil.
“Foi um belíssimo trabalho dos delegatários e das secretarias municipais. Um grande movimento pela cidadania”, disse a juíza Isabella Lago, coordenadora do projeto em 2023, no âmbito da Corregedoria das Comarcas do Interior, vinculadas a 22 comarcas: Amargosa, Canavieiras, Coaraci, Cruz das Almas, Euclides da Cunha, Ibirapuã, Ipirá, Itaberaba, Itiúba, Jaguaquara (e o distrito Stela Dubois), Jaguarari, Jandaíra, Lajedão, Luis Eduardo Magalhães, Medeiros Neto, Ribeira do Pombal, Rio Real, Santa Maria da Vitória, Santo Estevão, São Sebastião do Passé, Serrinha e Xique-Xique.
Os cartórios emitiram 2.504 certidões enquanto as secretarias, por meio do CadÚnico – serviço criado para identificar e incluir famílias de baixa renda em programas de assistência social e redistribuição de renda do governo federal –, fizeram 5.041 atendimentos, com emissão de carteiras de identidade; Certidão de Nascimento e de nascimento tardio; Certidão de Óbito e de óbito tardio; além de alteração de nome e de gênero; reconhecimento de paternidade e segunda via de certidão de nascimento.
Fonte: CNJ
Outras Notícias
Anoreg RS
Juiz pode mudar de ofício procedimento de ação de inventário, decide STJ
09 de fevereiro de 2024
Juiz pode mudar de ofício procedimento de ação de inventário, decide STJ
Anoreg RS
CNJ autoriza termo de ajustamento de conduta para juízes e titulares de cartórios
09 de fevereiro de 2024
O TAC, como instrumento de resolução de conflitos, não é novo no ordenamento jurídico e possui previsão no...
Anoreg RS
Corregedoria Nacional e Ministério da Justiça articulam parceria para compartilhamento de informações
09 de fevereiro de 2024
Corregedoria Nacional e Ministério da Justiça articulam parceria para compartilhamento de informações
Anoreg RS
Envio de notificação extrajudicial para endereço errado pode anular liminar
09 de fevereiro de 2024
Envio de notificação extrajudicial para endereço errado pode anular liminar
Anoreg RS
Portaria Detran/RS n.º 072/2024 dispõe sobre as Operações de Atendimento pelos Credenciados nos dias 12 e 13 de fevereiro de 2024 – Carnaval de 2024
09 de fevereiro de 2024
Portaria Detran/RS n.º 072/2024 dispõe sobre as Operações de Atendimento pelos Credenciados nos dias 12 e 13 de...