NOTÍCIAS
Sistema Nacional de Ouvidorias vai sistematizar dados de atendimento ao cidadão pela Justiça
29 DE AGOSTO DE 2023
O ouvidor nacional de Justiça e conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Bandeira de Mello, anunciou nesta terça-feira (29/8) que o órgão desenvolverá um Sistema Nacional de Ouvidorias, com o objetivo principal de integrar as informações levantadas pelas ouvidorias judiciárias de todos os tribunais brasileiros. O grupo de trabalho dedicado a esse projeto também irá elaborar estudos e propostas pertinentes à coleta e produção de dados pelas ouvidorias do Poder Judiciário.
O anúncio foi feito durante a reunião da Rede Nacional de Ouvidorias, realizada na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Na oportunidade, foram debatidos os desafios encontrados pelos tribunais para implementar integralmente a Resolução CNJ n. 432/2021, que trata das atribuições das ouvidorias judiciárias.
O conselheiro-ouvidor abordou as carências de estrutura e de pessoal que as ouvidorias têm relatado ao CNJ e apontou a necessidade de que os órgãos sejam fortalecidos para conseguirem se transformar em um espaço acessível a todos. “A Justiça vive um momento de desenvolvimento das ouvidorias e é preciso discutir várias questões, como o tratamento de dados das pessoas, a necessidade das estatísticas e a capacitação dos recursos humanos”.
O encontro também foi conduzido pela ouvidora nacional da Mulher, desembargadora Maria Helena Mallmann. Ela ressaltou que as ouvidorias devem ser um lugar qualificado de escuta e a capacitação dos atendentes é uma necessidade básica e fundamental. “São assuntos muito delicados, particulares, que precisam ser tratados com respeito e humanidade”. Entre esses assuntos, estão questões de gênero e denúncias de assédio moral e sexual.
O ouvidor do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Carlos Vuyk de Aquino, afirmou que é importante que as ouvidorias sejam capazes de colocar a Justiça como uma prestadora de um serviço de extrema relevância e que estejam alinhadas às leis vigentes do país. “A velocidade da comunicação tem nos colocado em xeque e não adianta procrastinar. Precisamos modernizar a ouvidoria para responder com rapidez e efetividade as demandas trazidas até nós”, disse. Nesse contexto, ele citou a criação da Ouvidoria da Mulher pelo STM. “Queremos dar o respaldo necessário a esse público específico, vítima de muitas violências. Precisamos mudar o jogo”.
Efetividade e qualificação
O presidente do TST, ministro Lelio Bentes Corrêa, elogiou o aprimoramento das estruturas e o comprometimento dos tribunais com as ouvidorias nos últimos anos. Por sua vez, o vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, reforçou a importância de reconhecimento das competências das ouvidorias. “As ouvidorias não são depósitos de reclamações, mas um espaço de participação social, de acolhimento social, para auxiliar na transparência e na melhor prestação e atuação do Poder Judiciário”, disse. A ouvidora-geral da Justiça do Trabalho, ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, também marcou presença no encontro, destacando que as ouvidorias devem entender a demanda do cidadão e fornecer uma resposta adequada.
O desembargador-ouvidor do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), Clóvis Fernando Schuch, citou o papel do Judiciário diante das questões sociais. Para ele, fazer justiça e reduzir as desigualdades estão entre as atribuições mais importantes do Judiciário e a ouvidoria gaúcha não vai deixar de assumir esses compromissos. “É nossa obrigação atender e enfrentar os problemas”.
Diálogo
Representantes dos Colégio de Ouvidores de todos os ramos de Justiça estiveram presentes na reunião, como a presidente do Colégio Nacional de Ouvidorias Judiciais da Mulher (Cojum), a desembargadora Tânia Regina Reckziegel. Primeira Ouvidora da Mulher, a desembargadora lembrou a criação de 61 Ouvidorias das Mulheres no primeiro ano de implementação dessas estruturas. “Foi um trabalho pioneiro e fundamental para o fortalecimento desse canal de suma importância para o Judiciário e para o enfrentamento a violência contra a mulher”, disse.
Presidente do Colégio Nacional de Ouvidores Judiciais (Cojud), o desembargador Altair de Lemos Júnior (TJRS) afirmou que o encontro dos ouvidores permite a troca de experiências e de boas práticas. O ouvidor Marcio Antônio Júnior, presidente do Colégio de Ouvidores da Justiça Eleitoral (Coje), ressaltou que as ouvidorias não vivem em ilhas, daí ser tão importante que se comuniquem e possam trocar informações de forma qualificada e regionalizada.
Texto: Regina Bandeira
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post Sistema Nacional de Ouvidorias vai sistematizar dados de atendimento ao cidadão pela Justiça appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Artigo – Selo Nacional da Desjudicialização e seu papel para desobstruir a Justiça – Por Diego de Paiva Vasconcelos
02 de agosto de 2023
Trata-se de uma iniciativa essencial não apenas para a melhoria da prestação jurisdicional como também para a...
Anoreg RS
Para Primeira Turma do STJ, não incide Imposto Territorial Rural sobre imóvel com registro cancelado
02 de agosto de 2023
A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que não há incidência do Imposto Territorial...
Anoreg RS
Com São Paulo, ação de identificação civil de pessoas presas chega a todo o país
02 de agosto de 2023
A Ação de Identificação Civil e Documentação de Pessoas Presas completou seu ciclo de nacionalização na...
Portal CNJ
Mutirão carcerário deve levar à revisão de quase 900 processos no Piauí
02 de agosto de 2023
Com realização até o dia 25 de agosto, o Mutirão Carcerário 2023, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça...
Portal CNJ
Justiça Federal da 5ª Região libera pagamento de mais de R$ 290 milhões em RPVs
02 de agosto de 2023
A partir dessa terça-feira (1º/8), mais de 36 mil pessoas poderão sacar um total de R$ 299.976.399,55 em...