NOTÍCIAS
No DF, juízes estrangeiros conhecem procedimento de oitiva de crianças vítimas de violência doméstica
01 DE DEZEMBRO DE 2023
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) recebeu, na manhã de quinta-feira (30/11), no Fórum de Taguatinga, visita de uma comitiva de magistrados estrangeiros que vieram conhecer o procedimento de oitiva de criança e adolescente vítima ou testemunha de violência no Distrito Federal. Sob a condução da juíza Luciana Rocha, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Taguatinga, coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher (NJM) e, atualmente, juíza auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os magistrados assistiram à simulação de uma audiência envolvendo criança vítima de violência sexual e conheceram as instalações do Centro Judiciário da Mulher – Polo Oeste.
A comitiva foi formada por Manuel Silva Cravid, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça de São Tomé e Príncipe, Maria Natércia Gusmão, juíza Conselheira da Suprema Corte do Timor Leste, e Vitor Assuilo, Secretário Executivo do Conselho Nacional de Magistrados de Angola. O grupo foi acompanhado pela juíza Auxiliar do Ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sandra Silvestre.
A juíza Luciana Rocha e a juíza de direito Substituta Maryanne Abreu, com o auxílio da diretora de secretaria substituta Juliana Oliveira e do servidor Weverson Cipriano da Silva, realizaram demonstração de como se dá o Depoimento Especial de oitiva de crianças e adolescentes, mostrando-lhes todos os passos, desde o acolhimento da vítima, recomendações psicossociais, a colheita do depoimento da ofendida e a interação com a sala de audiências. Nestas audiências são adotados os dispositivos da Resolução CNJ n. 299/2019, que dispõe sobre o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, de que trata a Lei n 13.431/2017.
O juiz Manuel Cravid elogiou o trabalho apresentado. “É uma situação que pretendemos fazer em São Tomé e Príncipe, que é criar espaços próprios para atendimentos de situações de violência doméstica e, sobretudo, das crianças violentadas fisicamente e psicologicamente. Ao ver a forma com que o TJDFT lida com o tema digo que vocês estão muito bem”, ressaltou o magistrado.
Já a juíza conselheira da Suprema Corte do Timor Leste destacou que o sistema adotado pelo TJDFT é muito avançado quando comparado ao de seu país. “Vocês têm instalação própria para acolhimento, atendimento para as crianças com psicólogos, coisas que nós não temos. Então, é muito interessante a oportunidade desta visita. Vamos levar umas ideias de como é feito aqui para o que um dia vai ser feito no nosso país”, disse a juíza Maria Natércia Gusmão.
Por sua vez, o juiz Vitor Assuilo compartilhou sua impressão positiva com o trabalho desenvolvido no TJDFT. “Ficamos muito impressionados com o que vimos, com o avanço tecnológico, os procedimentos adotados com as crianças, o formato das salas de audiências e tudo o que envolve os procedimentos para que a criança consiga fazer o depoimento livre e sem qualquer inibição”, afirmou o magistrado angolano.
A juíza Luciana Lopes Rocha afirmou ter sido um grande prazer receber a comitiva e apresentar o Sistema Protetivo de Crianças, Adolescentes e Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar. “Os Magistrados se mostraram impactados com a boa prática de entrevista forense para produção de prova segura, fidedigna e, ao mesmo tempo, que respeita os direitos das crianças e adolescentes, evitando risco de revitimização, e expressaram desejo de expansão da prática para seus países, disse a Coordenadora do NJM.
Depoimento especial de crianças e adolescentes
A Resolução CNJ nº 299/2019 determina a implantação das salas de depoimento especial em todas as comarcas do território nacional, nos termos da Lei no 13.431/2017, para que crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência possam apresentar suas narrativas de forma segura, protegida e acolhedora.
Os depoimentos devem ser colhidos em ambiente apropriado em termos de espaço e de mobiliário, dotado de material necessário para a entrevista, conforme recomendações técnicas assentadas no Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense. A transmissão on-line à sala de audiência é própria do depoimento especial, velando para que haja a publicidade e transparência inerente à ampla defesa do imputado e à garantia de direitos da criança e/ou do adolescente.
Fonte: TJDFT
The post No DF, juízes estrangeiros conhecem procedimento de oitiva de crianças vítimas de violência doméstica appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Palestra magna do ministro Luís Roberto Barroso marca a cerimônia de abertura do XXIII Congresso da Anoreg/BR e a VI Concart
04 de dezembro de 2023
Palestra magna do ministro Luís Roberto Barroso marca a cerimônia de abertura do XXIII Congresso da Anoreg/BR e a...
Anoreg RS
Artigo – Redução de custos e corrida aos cartórios: afinal, vale a pena antecipar a herança?
04 de dezembro de 2023
A eminência da reforma tributária aumentou em 22% o número de doações de bens a herdeiros, ainda em vida. O...
Portal CNJ
17º ENPJ: Presidente do CNJ aponta eficiência e valorização da magistratura como prioridade
04 de dezembro de 2023
Maior eficiência do Poder Judiciário, com soluções para reduzir o tempo de duração do processo judicial, e a...
Portal CNJ
Presidente do CNJ conclama Judiciário a utilizar linguagem simples
04 de dezembro de 2023
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto...
Portal CNJ
No Pará, Comarca de Marabá recebe ações de Justiça Restaurativa
04 de dezembro de 2023
A Coordenadoria de Justiça Restaurativa (CJR) iniciou com uma palestra da juíza coordenadora Betânia de...