NOTÍCIAS
Boas práticas dos tribunais levam justiça e cidadania para a comunidade
15 DE DEZEMBRO DE 2023
Despertar o sentimento de pertencimento da comunidade, cultivar o senso de cidadania, promover conhecimentos financeiros e prevenir o endividamento e disseminar a cultura da conciliação e mediação. Esses foram os principais objetivos das boas práticas implantadas pelos Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9) e do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) e apresentadas durante a 8ª edição do evento “Disseminando Boas Práticas do Poder Judiciário – Eixo Justiça e Cidadania”, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na última quarta-feira (13/12).
Segundo o secretário de Estratégia e Projetos, Frederico Montedonio, o evento foi criado pelo Departamento de Gestão Estratégica (DGE/CNJ) para “difundir a existência de uma série de iniciativas inovadoras, produtivas, interessantes, que valem a pena serem replicadas pelo Judiciário”.
A prática “Ações Sociais e inclusivas do Centro de Memória” apresentada pelo TRT9 abriu as portas das exposições para setores vulneráveis, como pessoas com deficiência, asilos, abrigos e alunos de escolas públicas. Conforme a chefe da Divisão de Memória, Estudos e Pesquisa do TRT9, Carla Kantek, explicou, além das amostras e visitas guiadas ao Tribunal, também são realizadas audiências simuladas, nas quais os participantes assumem o papel de advogados, promotores, juízes e partes. A ideia é inculcar o sentimento de pertencimento da comunidade, entendendo o funcionamento e a importância do Judiciário no dia a dia.
Carla Kantek disse que o projeto está alinhado à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e mostra o protagonismo do ramo Trabalhista como pacificador social. “Estimulamos as pessoas de todas as idades que o conhecimento, a cultura, a reflexão, o acesso à informação e as fontes da cultura são direitos fundamentais, de forma a contribuir para o exercício da Cidadania, o que deve ser estimulado desde a infância conforme o Manual de Gestão de Memória do CNJ”.
Já o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) apresentou a prática “Meu Dinheiro tem Valor”, um dos trabalhos de educação financeira realizados pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc/TJSE). Em parceria com a Secretaria de Educação de um município da Região Metropolitana de Aracaju, o projeto foi elaborado para atender alunos da educação de jovens e adultos. As oficinas são realizadas sob demanda, com a participação de uma assistente social.
Segundo a juíza Maria Luiza Foz Mendonça, o projeto trata sobre conceitos de receitas e despesas, tipos de crédito, como fazer um orçamento, entre outros. O Cejusc também disponibiliza uma cartilha sobre o tema. “Apresentamos conhecimento básico de educação financeira a um público que que está sendo inserido no mercado de trabalho e vai ter cartão de crédito, conta bancária, pela primeira vez. Nosso objetivo é promover o consumo consciente e a prevenção ao superendividamento”, explicou. Para a magistrada, esse conhecimento é fundamental para desenvolver o senso crítico do cidadão consumidor – que adquire bens, produtos e serviços – para manter a gestão financeira do orçamento doméstico.
O tribunal sergipano também apresentou ainda a prática “Escolas no Fórum”, que funciona periodicamente em parceria com a Secretaria de Educação, que é responsável pelo transporte das crianças de 8 a 14 anos ao fórum. O objetivo é apresentar a conciliação e a mediação como forma de resolução de conflitos para os alunos de escolas públicas no estado. “Queremos difundir a cultura da conciliação e mediação de conflito, formar multiplicadores da concepção de tribunal multiportas, além de estimular a comunidade local para utilizar os serviços da conciliação e mediação como espaço de garantia de direitos e emancipação humana.”
A juíza Maria Luiza disse que é apresentado um vídeo sobre conflitos entre vizinhos e o tema é posteriormente debatido com os alunos, apresentando formas possíveis de resolução de conflitos e como evitar o agravamento da espiral do conflito. Ao final, o facilitador problematiza os meios de resolução de conflitos, enfatizando que é possível construir um diálogo produtivo e sem uso da violência. A partir do projeto, os professores levam a discussão para a sala de aula, como proposta de tema transversal. São distribuídos folders sobre os meios adequados para resolução de conflitos.
O projeto também se inspira na Justiça Restaurativa e aplica os conceitos, a partir da demonstração dos resultados da mediação e conciliação. Para Frederico Montedonio, ensinar um novo jeito de lidar com os conflitos “é uma forma de lidar com um novo paradigma de aproximação e resolução”.
A juíza auxiliar da Presidência do CNJ Lívia Marques Peres também enfatizou que as ações publicadas no Portal de Boas Práticas do CNJ são simples de serem replicadas, mas mostram a preocupação do Judiciário em contribuir e se aproximar da sociedade. Atualmente, O Portal de Boas Práticas reúne mais de cem iniciativas, divididas em 23 eixos de atuação, acessíveis para quem quiser conhecer e replicar. A programação do “Disseminando Boas Práticas” deve continuar no próximo ano.
Texto: Lenir Camimura
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Boas práticas dos tribunais levam justiça e cidadania para a comunidade appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Corregedor Nacional de Justiça destaca importância da consulta pública sobre interinidade em Cartórios para aprimorar serviços extrajudiciais
10 de junho de 2024
A iniciativa visa adequar as regras à decisão do STF, que estabeleceu um prazo de seis meses para que cartórios...
Anoreg RS
Governo define regras para compra de imóveis para desabrigados no RS
10 de junho de 2024
Moradias deverão atender famílias com renda de até R$ 4,4 mil O Ministério das Cidades publicou no Diário...
Anoreg RS
Provimento n. 171 do CNJ altera artigos do Código Nacional de Normas sobre o registro imobiliário no caso de terra indígena
07 de junho de 2024
Altera a redação dos artigos 425 e 431 do Provimento CNJ n. 149/2023, que institui o Código Nacional de Normas da...
Anoreg RS
Provimento n. 168 do CNJ dispõe sobre as propostas de solução negocial prévia ao protesto e renegociação de dívida já protestada
07 de junho de 2024
Altera o Código Nacional de Normas da Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça – Foro...
Anoreg RS
Provimento da Corregedoria facilita negociações de dívidas protestadas
07 de junho de 2024
A Corregedoria Nacional de Justiça definiu novas regras para negociação de dívidas protestadas ou em vias de...