NOTÍCIAS
Atualização do modelo de gestão de documentos da Justiça está disponível aos tribunais
07 DE NOVEMBRO DE 2023
Para orientar o gerenciamento adequado de milhões de documentos produzidos pelos órgãos judiciários, anualmente e há décadas no país – seja no formato físico ou digital –, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) atualizou o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão de Processos e Documentos do Poder Judiciário (MoReq-Jus). O documento é periodicamente revisto e a mais nova versão está disponível no portal do CNJ.
A atualização do Moreq-Jus visa proporcionar um ambiente seguro ao longo do ciclo de vida dos documentos, independentemente do sistema de captação de informação utilizado pelo tribunal. Ela estabelece requisitos mínimos para garantir a confiabilidade, a autenticidade e o acesso aos documentos no prazo necessário, independentemente da plataforma tecnológica em que foram produzidos e implantados, sejam eles documentos digitais, não digitais ou híbridos.
Cada requisito é classificado como obrigatório ou desejável e todos os sistemas de gestão de documentos deverão ser aderentes ao modelo. Os princípios, as diretrizes e as normas de gestão documental no Poder Judiciário estão previstos na Resolução CNJ n. 324/2020. “Para a preservação da Memória do Poder Judiciário oriunda de nossa produção documental física e digital, revestida de natureza de Patrimônio Cultural Nacional (artigo 216 da Constituição Federal), é necessário que tenhamos sistemas informatizados aderentes ao MoReq-Jus sem os quais não poderemos avaliar os processos para sua destinação final: eliminação ou guarda permanente”, diz o texto atualizado.
O documento é dirigido a profissionais, nos tribunais, que desenvolvem ou fornecem sistemas, módulos, aplicações e microsserviços eletrônicos, pessoas que atuam na área de gestão de documentos, aquelas responsáveis pela auditoria ou inspeção dos sistemas existentes e usuários de sistemas de gestão em geral.
De acordo com a Base Nacional de Dados do Poder Judiciário – Datajud, mais de 12 bilhões de movimentações processuais estão armazenados como metadados dos processos judiciais finalizados e em tramitação. Por ano, ingressam na Justiça mais de 25 milhões de processos que englobam inúmeros documentos: nem todos precisam ser arquivados ou mantidos em guardas permanentes.
Avaliação, guarda e eliminação
Para a gestão documental, é preciso considerar três etapas: avaliação, guarda e eliminação. A avaliação é o processo de análise dos documentos e visa a estabelecer os prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores primário e secundário que lhes são atribuídos. Uma vez avaliados, a seleção dos documentos permite a separação dos permanentes daqueles passíveis de eliminação.
O sistema de gestão de dados deve prever a fase de retenção dos documentos por determinado período; de transferência; de recolhimento à unidade de arquivo permanente ou ao Repositório Arquivístico Digital Confiável (RDC-Arq); e de eliminação física ou lógica.
No documento digital, a operação de arquivar significa que o sistema (GestãoDoc) enviará o arquivo a um dispositivo de armazenamento ou a um Repositório Arquivístico Digital confiável (RDC-Arq), e registrará, em metadados, elementos obrigatórios previamente determinados. Já em relação aos documentos não digitais, o arquivamento também é físico. O arquivamento de um relatório, por exemplo, é feito em pasta física na unidade produtora ou custodiadora e seu registro é feito de forma a permitir sua recuperação pelo sistema apropriado.
A eliminação deve sempre ser autorizada pela Comissão Permanente de Avaliação Documental (CPAD), com base na política de gestão documental do órgão. O procedimento deve ser realizado de forma a impossibilitar a recuperação posterior de informações contidas nos documentos eliminados. Todas as cópias, inclusive aquelas de segurança e de preservação, independentemente do suporte, deverão ser destruídas.
Histórico
O MoReq-Jus foi instituído pela Resolução CNJ n. 91/2009, concomitantemente com a edição da Resolução CNJ nº 90/2009, que dispunha sobre os requisitos de nivelamento de tecnologia da informação no âmbito do Poder Judiciário.
Ao longo dos anos, várias normativas relativas à gestão de documentos foram editadas pelo CNJ, entre elas a Resolução nº 185/2013, que institui o Sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe) como sistema de processamento de informações e prática de atos processuais e estabelece os parâmetros para sua implementação e funcionamento e a Resolução n. 324/2020, que institui diretrizes e normas de Gestão de Memória e de Gestão Documental e dispõe sobre o Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (PRONAME).
Texto: Regina Bandeira
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post Atualização do modelo de gestão de documentos da Justiça está disponível aos tribunais appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Paz em Casa: no Tocantins, ação começa com 250 ações em comarcas do estado
22 de novembro de 2023
O Poder Judiciário do Tocantins deu início, na segunda-feira (20/11), às ações da 25ª edição da Semana...
Portal CNJ
Municípios gaúchos adotam Justiça Restaurativa para promover cultura de paz
22 de novembro de 2023
Com um olhar humanizado, valorizando o diálogo e a cultura de paz, a Justiça Restaurativa vem sendo uma importante...
Portal CNJ
Paz em Casa: tribunal do Amapá participa de caminhada no Arquipélago do Bailique
22 de novembro de 2023
A Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), que tem...
Portal CNJ
Justiça Militar gaúcha lança o projeto “Sextou contra o Assédio”
22 de novembro de 2023
Em uma iniciativa que envolve mobilização, conscientização e comunicação, o Tribunal de Justiça Militar do...
Portal CNJ
Observatório dos Direitos Humanos do Judiciário se reúne nesta terça-feira (28/11)
22 de novembro de 2023
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promove, na terça-feira (28/11), às 14h, a primeira reunião do...