NOTÍCIAS
2º ciclo de formação sobre identificação de pessoas presas mobiliza 7 mil pessoas
01 DE DEZEMBRO DE 2023
Com um webinário de abertura e oito módulos, o 2º ciclo de capacitação on-line da Ação Nacional de Identificação Civil e Emissão de Documentos para Pessoas Privadas de Liberdade mobilizou 7.322 servidoras e servidores do Executivo e do Judiciário entre 28 e 30 de novembro. Os cursos são um passo importante para garantir a sustentabilidade da ação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que recentemente chegou a todo o país. Desde que foi lançada, em 2021, a iniciativa já resultou em mais de 160 mil ações de emissão de documentos.
Somados, os dois ciclos realizados em 2023 tiveram a participação de quase 10 mil pessoas. “Esse grande interesse nas capacitações constata a demanda, ainda premente, de conhecimento e qualificação sobre os procedimentos e fluxos para atendimento ao público em privação de liberdade, e na busca do aperfeiçoamento do trabalho que esses profissionais executam diariamente”, comenta o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ, Luís Lanfredi.
Desenvolvido no contexto do programa Fazendo Justiça, coordenado pelo CNJ em parceria com o PNUD para acelerar transformações na privação de liberdade, o curso teve três grandes temas: Identificação Civil, contemplando a ação durante Audiências de Custódia e coleta do passivo nas unidades prisionais; Suporte, para auxiliar na instalação dos softwares e utilização dos kits de biometria; e Emissão de Documentos, apresentando as funcionalidades do Módulo de Documentação Civil no Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) e os procedimentos para a emissão e regularização de diferentes documentos.
Em cada módulo, além da apresentação de contexto histórico e teórico dos temas, houve demonstrações práticas de como executar os diversos procedimentos tanto na porta de entrada, após a audiência de custódia, como durante a execução da medida. Desde que a ação nacional foi lançada, em 2021, mais de 5 mil kits de biometria foram distribuídos em todas as unidades da federação.
“Esta iniciativa representa o esforço para superar a falta de documentação civil de uma população historicamente vulnerável e garantir seu acesso contínuo a políticas públicas essenciais como saúde, educação, trabalho, moradia e distribuição de renda”, disse o juiz auxiliar da presidência do CNJ com atuação no DMF Gabriel da Silveira Matos, no painel de abertura. “Além disso, a identificação biométrica contribui para a individualização da pena e aperfeiçoamento da tecnologia na execução penal e gestão prisional, promovendo políticas públicas mais eficientes”.
Também na mesa de abertura, o supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Ruy Muggiati, destacou que a documentação para pessoas privadas de liberdade é a chave para o acesso a políticas públicas, superando a vulnerabilidade e o estigma da passagem pelo sistema prisional. “Nossa ação de identificação civil visa não apenas reduzir índices de reincidência, mas também empoderar e encorajar o indivíduo, fortalecendo sua cidadania e dignidade humana. É um trabalho de construção coletiva, onde cada documento emitido é uma mensagem de pertencimento à comunidade”.
Participantes
Participante da formação, a policial penal e secretária-adjunta de atendimento e humanização penitenciária no Maranhão Kelly Carvalho avalia que o ciclo de capacitação contribui para a consolidação de uma política penitenciária mais eficiente. “O impacto dessa ação é de fato gerar cidadania, que é o primeiro passo essencial para todas as demais coisas que são necessárias na execução da pena e também na reinserção social de pessoas egressas”, diz. “Só com documentação essa pessoa pode ser plenamente inserida nas atividades educacionais, nos cursos de profissionalização, nas vagas de trabalho e no acesso a demais direitos sociais”.
Presente em seis módulos, o integrante da diretoria-geral de administração penitenciária em Goiás Arthur Tabosa Matos avalia que o curso é uma oportunidade não só para entender a forma de executar os procedimentos, mas também dirimir dúvidas. “Para as pessoas privadas de liberdade, a documentação permite entender seu lugar no mundo, entender que ela faz parte de todo um contexto civil, com seus direitos e deveres em papel de cidadão, e que através disso virão oportunidades, conscientização e a possibilidade de um futuro”.
A capacitação foi promovida com os apoiadores da ação, a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral, da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) e da Receita Federal. “A grande adesão de servidoras e servidores de todo o país aos treinamentos reflete o caráter nacional dessa iniciativa”, celebra Virgínia Popiel, responsável pelo Núcleo de Identificação Civil e Emissão de Documentos do Programa Fazendo Justiça. “Tivemos mais de 13 mil inscritos nos dois ciclos de capacitação realizados neste ano com as temáticas de identificação civil, emissão de documentos e suporte ao usuário. Seguiremos em 2024 difundindo o conhecimento técnico”. Outros quatro ciclos formativos estão previstos para ocorrer entre fevereiro e agosto de 2024.
Texto: Leonam Bernardo
Edição: Débora Zampier
Agência CNJ de Notícias
The post 2º ciclo de formação sobre identificação de pessoas presas mobiliza 7 mil pessoas appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Cartórios extrajudiciais atingidos em Roca Sales e Muçum estão com o acervo documental seguro
19 de setembro de 2023
Todos os serviços de competência dos referidos cartórios poderão ser solicitados por meio das centrais...
Anoreg RS
Jornal de Brasília – Câmara pode votar hoje PL que proíbe união homoafetiva
19 de setembro de 2023
Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis...
Anoreg RS
Comissão debate marco temporal da ocupação de terras indígenas e seus impactos nos biomas brasileiros
19 de setembro de 2023
O debate atende a requerimento da deputada Célia Xakriabá (Psol-MG).
Anoreg RS
Adjudicação compulsória extrajudicial: André Abelha prepara resumo
19 de setembro de 2023
As regras para o processo de adjudicação compulsória pela via extrajudicial estão definidas no provimento 150/23.
Anoreg RS
Prova de propriedade afasta penhora de imóvel sem registro formal
19 de setembro de 2023
Apartamento estava em nome do antigo proprietário, devedor trabalhista, mas 3ª câmara do TRT-12 considerou que...