NOTÍCIAS
Diálogo e dados qualificados oferecem caminhos para superar a judicialização da saúde
08 DE NOVEMBRO DE 2022
A utilização de dados precisos associada à prática de um diálogo qualificado podem contribuir para superação da elevada judicialização da saúde que ocorre no Brasil. Essa é uma das conclusões do Seminário de Pesquisas Empíricas aplicadas a Políticas Judiciárias, realizado na quinta-feira (27/10), pelo Departamento de Pesquisas Judiciais do Conselho Nacional de Justiça (DPJ/CNJ). Durante o encontro, que teve como tema a “Judicialização da Saúde e mecanismos de melhoria da prestação jurisdicional”, foram apresentados os estudos “Infraestrutura de informação na fronteira entre saúde e direito: ampliando o diagnóstico da judicialização no Brasil”, do pesquisador da Fiocruz, Jânio Gustavo Barbosa, e “Desjudicialização da saúde e soluções dialógicas: o caso do Comitê de Saúde CNJ/Santa Maria – RS”, da juíza do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Fabiane Borges Saraiva.

No primeiro painel, o pesquisador Jânio Gustavo Barbosa apresentou a tese de doutorado “Infraestrutura de informação na fronteira entre saúde e direito: ampliando o diagnóstico da judicialização no Brasil” e o protótipo JUDJe (judje.com.br), desenvolvido para ler, coletar, agrupar, classificar e disponibilizar dados de judicialização da saúde, especificamente, nos litígios relacionados ao câncer. A partir do sistema é possível realizar buscas avançadas, gerar planilhas e bancos de dados por relevância. Alimentado com informações do Diário da Justiça Eletrônico (DJe), o JUDJe possibilita o monitoramento dos litígios em curso. De acordo com o autor, além de estar em implementação em vários tribunais, a ferramenta está à disposição para ser acessada pelo público em geral.
Na avaliação da juíza auxiliar da Presidência do CNJ Fabiane Pieruccini, que mediou o encontro, o debate sobre melhoria da prestação jurisdicional é fundamental porque reflete na vida do jurisdicionado e contribui diretamente para melhoria da vida das pessoas. “Os dois trabalhos ajudam na qualificação debates. De um lado, vimos que a extração e sistematização de dados fornecem um direcionamento para a tomada de decisões e, de outro, a relevância de se prestigiar conceito de Justiça multiportas, com diálogo e mediação, para superação dos conflitos”. Ao abrir o seminário, o secretário especial de Pesquisas, Projetos e Gestão Estratégica (SEP) do CNJ, Ricardo Fioreze, destacou que encontro proporciona uma oportunidade para aprofundamento dos conhecimentos em relação à saúde, tema que recebe grande atenção do Poder Judiciário.
No segundo painel, a juíza do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) Fabiane Saraiva enfatizou a importância do diálogo e da mediação como forma de superar o elevado número de ações. Ela coordenou o Comitê de Saúde Regional de Santa Maria (RS) e fez a exposição da dissertação de mestrado “Desjudicialização da Saúde e Soluções Dialógicas: O Caso do Comitê de Saúde CNJ/Santa Maria”. “A experiência exitosa no Comitê de Saúde me mostrou que devemos prestigiar o conceito de justiça multiportas e que o Poder Judiciário pode alcançar grandes resultados quando desempenha o papel de mediador das políticas públicas”.
A contribuição do Seminário para ampliação do conhecimento sobre o tema foi destacada pelo conselheiro do CNJ Richard Pae Kim, um dos debatedores do encontro. Supervisor do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus), o conselheiro observou que os debates forneceram subsídios valiosos para todos que acompanham a questão da saúde no Poder Judiciário. O seminário também teve como debatedores a juíza do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) Luciana Veiga e o defensor público do Distrito Federal Ramiro Nóbrega Sant’Ana.
Assista à integra do seminário no canal do CNJ no Youtube:
Texto: Jeferson Melo
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Diálogo e dados qualificados oferecem caminhos para superar a judicialização da saúde appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
PL que cria Sesanor será analisado pelo deputado federal Tiago Mitraud
02 de setembro de 2022
Projeto de Lei institui o Serviço Social e de Aprendizagem dos Empregados em Serventia Notarial e de Registro.
Anoreg RS
Testamento não inviabiliza inventário extrajudicial se herdeiros concordarem
02 de setembro de 2022
O julgamento representa a consolidação da interpretação do STJ quanto ao artigo 610, parágrafo 1º, do Código...
Anoreg RS
Artigo – Sucessão de cônjuge sobrevivente na separação absoluta de bens – Por Andréia Pinatti de Oliveira
02 de setembro de 2022
O Direito de Família e o das Sucessões, embora muitas vezes estudados em paralelo, tratam-se de ramos diversos,...
Anoreg RS
“Quem é o pai?”: ausência paterna caracteriza mais de 100 mil registros lavrados nos primeiros sete meses de 2022 no Brasil
02 de setembro de 2022
"Quem é o pai?". Esta pergunta é feita, cotidianamente, a muitas "mães solo" e segue sem resposta no registro de...
Portal CNJ
Defensoria Pública mineira abre inscrições para Mutirão Direito a Ter Pai 2022
02 de setembro de 2022
A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) abriu, nessa quinta-feira (1º/9), as inscrições para o Mutirão...